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L - Morfética

                        Queria me despir das necessidades, do conjunto de sensações obsoletas que querem atrapalhar a foto. Aquela foto que você aguardou com a calma de um leproso a espera do julgamento divino No núcleo do fim  a repalavrear  A palavra infinitamente. Espalha-se                           Pragra                                                 Pragmática                                                                               Práxis. Não, até que a língua sangre. Até que os dentes a ranger Esmiúcem em pó As gengivas inflamem Com o tempo, e o vento A esvoaçar a poeira De cálcio e fósforo Sobre as lascas Pontiagudas Que sobraram Dos maxilares         dos lábios empoeirados, em carne-viva. Emanando o líquido  De sua boca Ao corpo Vertendo o signo         de sua construção a                                  Pulsar a esquelética risada Ultrajante arte de arranjar o orgânico dos                     Linguajares de impulsos cibernéticos Segregados nós de couro falso como    

Devaneios Ensolarados

De uma borboleta brotou a
Semente em metamorfose
Do seu corpo uniforme

Irradiou-se, f
inos fios de
Bege dourado, largando 
A selvageria e as asas

(Vulgo, o mar passado
)
Um halo de fogo florescia
Sobre a cabeça, incendiava

Alvos e a
lvenarias
Corpo de artilharia
Alma em harmonia

Olhar onírico
Verdejante euforia
De víbora em alforria

Confiava desconfiando
Sorria; transbordando
Energias líricas

Versava
Histórias do avesso
Entre prosas e tropeços 

Há tanta verdade incrustada
Entre conversas fiadas e afiadas
Entre mensagens e mensageiros

Entre bilhetes e bilheterias
Entre passagens e passageiros 
Entre arte e mercadoria

Entre linhas 
Entre versos
Entranhas da poesia

Estranho; Fernando caminha
Pelas ruas, pessoas e edifícios
O vento esvoaça, distante da cidade

Onde a natureza flui
Como sangue nas veias
Longe de calamidades

Folhas voejam como ideias
Borboletas e beija-flores
Dançam e voam sinuosamente

A noite, desejo de congelar
A felicidade sem novidade
Queimando sem maldade

Mas, o novo dia irradiou
Floresceu e cansou-se 
Das chamas alaranjadas

Do afogueamento
Novas chamas
De cores platinadas

Rajadas flamejantes 
Nostalgia escaldante
Uma palavra amiga

Assim como o tempo escoa
A ótica do caos não é estática 
Não retrocede, não se repete

Na mesma ordem de sempre
Transforma-se para frente
Transborda ciclos em ciclones

Espirais massivas fora de controle
No olho da tempestade em alto mar
Uni versos em águas abstratas 

Aonde uns, florescem
Outros, esquecem
Outros, enlouquecem

E, como em toda fantasia 
O mar, evapora-se em sintonia
Com o Sol, nascendo um novo dia 

VI - Amor? Clichê

Mas, poema...

Qual o problema?
Não teima comigo

Que transformação procuras!?
Se buscas o corpo perfeito:
Tentas tornar imperfeito?
O pretérito já escrito;
Ares de saudades
No peito.

Temia que você
Tivesse o poder

De desatar 
Nó por nó

Fazia-se algoz
Sem pena  

De nós
De vós

A corda que amarrava
Palavra por palavra         

Mas, você; poema
Pensamento veloz

Moderno, desistiu
Do Destino

Seguindo a cabra cega
Costurando
 nós no ego

Coração miserável
Ignora bons conselhos

Apaixona-se pelos erros
Pela imperfeição natural

Acorrentado a ordem do caos
Dos desvios, das coincidências...

Mas que transformação
procuras!? Se buscas o
corpo perfeito: Tentas
tornar mais imperfeito?
O pretérito já escrito;
Ar de saudade

Mas; o poema,
Intrasigente

Quer um corpo
Vivo e quente

Estético
Eloquente

Consciente
Que sente

Que movimenta-se
Espontaneamente

Entre 
Linhas; 

Entre 
Versos;

Entre 
Palavras;

Máscaras e
Universos

E as vezes, a Palavra
Fantasiada de outra

Mística
Caótica

Alegrar-se-ia
Se a alegoria

Aceitasse seu convite
De provocar até a poesia

Tropeçar
No poema

Que
transformação
procuras!?
Se buscas
o corpo
perfeito:
Tentas tornar
imperfeito?
O pretérito
já escrito;
Memórias
De saudades
No oco do peito.


XXX - ?

Por que será
Que se repete

Em minha mente
As mesmas

Palavras
Ditas 

Por você
Está bom?

Estaria
Bom?

A inconstância
Das emoções

Reprimidas
Irreconhecíveis

Dentro de si
Estrangeiros

Perdidos
A vaguear

Por territórios
Proibidos

A tentar
Romper,

Usurpar
Nossas

Defesas, dos
Acontecimentos

Atemporais

Razão, o quê
Queres aqui?

Quando sabes
Que somos só

Caóticos
Pensamentos



XXXII - O que é?

Já pensou
Ser um
Milagre 
Vivo

A cada 
Segundo
Que pulsa
O coração?

E a morte
Ter misericórdia
Da calamidade
Que é a vida?

Os trapos das palavras

Observo mentiras
Oculto verdades
Inventadas

Para proteger
O desconhecido
De você

De mim



Nuvem Negra

O que faria
Se encontrasse

Morto
O medo

Que te faz
Se sentir vivo